A hipnoterapia Clínica é uma área da Psicologia Clínica, tornando-se apenas diferente da tradicional Psicologia pela metodologia utilizada nos diversos tratamentos. Ela utiliza técnicas hipnoterapêuticas, em que todas as teorias da Psicologia (Freud, Erickson, Pavlov e todos os outros) estão por trás, utilizando o estado de transe (alteração do estado de consciência que é o mesmo quando se concentra ao ler um livro, a fazer um trabalho em que se encontra concentrado, quando está a fazer amor e em inúmeras situações do seu dia-a-dia) e actuando directamente no inconsciente do paciente. Daí a taxa elevadíssima de sucesso da hipnoterapia e uma redução do número de consultas que está aquém de um tratamento com psicoterapia ou psicanálise.
A hipnoterapia trabalha com a mente do paciente e esta apresenta diferentes níveis, sendo eles a mente consciente e a inconsciente.
A mente consciente é a parte activa da mente que pode processar diferentes pensamentos. É esta parte da mente que detém a experiência da consciência actual e imediata. Esta consciência pode incluir sensações, experiências sensoriais e pensamentos.
A mente inconsciente é onde se encontram armazenadas todas as experiências do nosso passado, presente e futuro de que não temos consciência. O inconsciente também suporta os nossos comportamentos automáticos que derivam dos nossos instintos e experiências apreendidas.
No caso das funções neurológicas, a mente inconsciente é um milhão de vezes mais poderosa que a mente consciente. Se o desejo do consciente entrar em conflito com a mente inconsciente, o inconsciente dominará.
Daí a hipnoterapia utilizar a hipnose como uma ferramenta poderosa para se criar a mudança num nível inconsciente, usando visualizações, sugestões, ferramentas cognitivas, comportamentais ou analíticas.
A hipnose é um estado de transe induzido, através da atenção focalizada em qualquer experiência sensorial interna ou externa, onde o hipnoterapeuta, através de técnicas específicas para o paciente, o leva a um estado de relaxamento físico, mas perfeitamente desperto, utilizando este estado de absorção para facilitar e provocar a mudança necessária para a resolução dos problemas apresentados pelo paciente e que lhe provoca uma diminuição na sua qualidade de vida quer pessoal, profissional, relacional ou social.
Desta forma, o transe é uma efetiva e poderosa ferramenta terapêutica e esta é usada na maior parte das técnicas hipnoterapêuticas.
É de referir que o estado de transe é um estado natural e normal que todos vivenciamos, muitas vezes, no nosso dia-a-dia, que ocorre espontaneamente e pode ser sentido de várias formas. Este estado pode ocorrer quando, voluntariamente, escolhemos focalizar a nossa atenção em alguma coisa que nos interessa, ou seja, qualquer actividade que absorva a nossa atenção, induzindo-nos a um estado de transe e que pode ser desde a leitura de um livro, ver televisão, dançar, fazer amor...
O hipnoterapeuta, quando recorre a uma técnica hipnoterapêutica, leva o paciente a um estado hipnótico, experienciando uma maravilhosa sensação de relaxamento. O paciente está totalmente desperto e relaxado e o hipnoterapeuta apenas trabalha com a mente inconsciente, levando a mente do paciente e apenas ela, a encontrar as razões e soluções para o seu problema. O hipnoterapeuta nunca apresenta soluções. É a mente do paciente que o levará a encontrá-las servindo o terapeuta apenas como um técnico/intermediário que ajuda o mesmo a conseguir entrar na sua mente inconsciente, de forma a resolver os seus problemas, traumas, dependências...